As Pragas do Egito pela Ciência
iFísico britânico lança livro em que procura explicar fatos do Êxodo com base em fenômenos da natureza. Fonte : O GLOBO - 29/03/04
Um físico britânico, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, decidiu arriscar seu prestígio numa empreitada movida pela fé e pelo amor a um hobby, a arqueologia. Collin Humphreys dedicou boa parte de seu tempo livre a explorações no Oriente Médio. Daí surgiu “Os milagres do Êxodo” (Ed. Imago), recém-lançado no Brasil. No livro, ele procura apresentar explicações científicas para episódios como as pragas do Egito e a separação das águas do Mar Vermelho.
Humphreys, que é batista, afirma que seu objetivo foi apenas discutir que tanto ciência como religião precisam conviver com mais harmonia.
Ele apresenta explicações polêmicas para as pragas que atingiram o Egito. Cita relatos de egiptólogos que falam de episódios em que as mesmas pragas apareceram durante o verão no país. O sangue no Rio Nilo seria uma maré vermelha, uma proliferação de algas que matou os peixes. O desastre ecológico, segundo o professor, explica a praga das rãs, a próxima da lista bíblica.
— As pragas foram uma espécie de seqüência ecológica. Peixes em decomposição poluíram as águas, forçando rãs e sapos a fugirem para terra. A zoologia nos ensina que esses animais movem-se em direção de fontes de luz e calor. Não é surpresa que as cidades tenham sido invadidas. Muitos certamente morreram de fome quando estavam fora de seu hábitat. Com seu predador natural em apuros, insetos como mosquitos e moscas puderam reproduzir-se rapidamente e se tornar a terceira praga.
A chuva de pedras poderia ter sido uma simples tempestade de granizo, fenômeno observado na região em anos tão recentes como 1997. Tempestades de areia, fenômeno comum no desértico Egito, que por vezes chegam a bloquear a luz do Sol, uma explicação para a praga das trevas. Mesmo a praga das mortes dos primogênitos perde um pouco de seu impacto à luz da ciência.
Nesse caso mais específico, um trabalho anterior ao de Humphreys já trazia pistas interessantes em 1996. Uma pesquisa de John Marr e Curtis Malloy sugere que distúrbios ecológicos, causados por uma praga de gafanhotos, teriam contaminado plantações e resultado numa intoxicação em massa na população. Sobretudo entre os filhos mais velhos, historicamente mais mimados em termos de quantidade de comida e privilégios na fila do jantar.
— Já me perguntaram se as pragas não seriam apenas um exagero da interferência humana na redação dos textos da Bíblia. Com base nos meus estudos, acho o contrário: pelo menos no Êxodo, parece-me que a descrição das pragas é bastante fiel à realidade.
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