Sobre crenças e culto religioso
Poucas sociedades primitivas eram de fato verdadeiramente politeístas no sentido de cultuarem várias divindades ao mesmo tempo, no lugar há exemplos inúmeros de povos que apesar de acreditarem na existência de outros deuses concentram a adoração por um deus de cada vez ou ainda predicam uma atenção quase exclusivista por só uma divindade entre várias. A isto chamam de henoteísmo ou´´monolatria´´, onde como excelente exemplo figuram os celtas em sua religião que devotavam uma primazia de reverencia ao Deus Lugh entre os vários deuses e deusas do panteão céltico.
Por sua vez, os egípcios no passado é que em seus cultos religiosos chegaram o mais próximo da situação ideal de professarem uma crença politeísta pura, já que igual destaque era dado a todas as divindades. Neste sentido, vale aqui destacar que o politeísmo egípcio foi resultado da incorporação do culto de várias divindades cultuadas pelas diversas tribos assentadas ao longo do Rio Nilo, significa dizer de outra forma que havia por detrás da devoção oficializada pelos Faraós uma tentativa destes firmarem sua autoridade bem como de inculcarem uma mensagem de inequívoco sentido político em prol da construção de uma identidade nacional que subjugasse de vez as afinidades de cada um do povo com sua tribo em detrimento da lealdade com o Império Egípcio.
Nesta perspectiva, encaro o politeísmo como resultado em grande parte das conquistas de uma tribo sobre a outra, isto é, cada vez que uma tribo era vencida tinha a propensão de incorporar as divindades de seus conquistadores e ao mesmo tempo estes também adotavam em seus cultos os deuses dos vencidos.
Agora este processo de ´´sincretismo´´ se dava em razão principalmente da convicção de que os deuses dos vencedores tendo poder o suficiente para dar a eles a vitória não deveriam ser contrariados e ao mesmo tempo não figurava também como medida sensata deixar de lado os deuses antes cultuados já que mesmo ´´fracos´´ eram indubitavelmente mais poderosos que qualquer reles mortal.
Do mesmo modo pelo lado dos vencedores havia o temor dos deuses locais partirem para vingança tanto quanto viam estas divindades como melhores conhecedores das riquezas ocultas daquela terra conquistada do que os seus próprios que como eles eram ´´estrangeiros´´ no local.
Superstições à parte o fato é que esse ´´politeísmo pragmático´´ acabava contribuindo a longo prazo para arrefecer as rivalidades e criar um clima de paz e concórdia que dificilmente seria possível caso no lugar fosse simplesmente ignorado as crenças do povo conquistado ou pior exigido que estes aceitassem o culto religioso trazido por uma outra tribo que vinha ali para conquista-los.
Aliás, mesmo a prática do henoteísmo pode ser explicado no contexto de resquício persistente da cultura local que sobreviveu apesar dos contatos com outros Povos em suas crenças e cultos, ou seja, consideravam os demais deuses ´´estrangeiros´´ só que permaneciam dando primazia as divindades locais que a rigor contribuíam para construção e manutenção de sua identidade cultural como tribo.
Por sua vez, o monoteísmo cresce em direta razão da expansão demográfica de uma dada população que faz o culto de seu deus tribal atingir proporções tais que termina ganhando primazia no meio social, isto é, um povo na origem henoteísta ganha poder sobre os demais e rompe os laços de convivência com as divindades que estes dedicam atenção. A partir daí é exigido o culto a um deus único, ignorando por completo a existência de outros deuses e mesmo em extremo gerando obstáculos para celebra-los ritualisticamente.
Entre pressupostos necessários para uma cultura atingir o monoteísmo, nas condições que narramos, vemos que é algo mais propenso de ocorrer em sociedades sedentárias do que nômades bem como surge a reboque da superação da noção de tribo em favor da construção da idéia de nação tanto quanto surge em comunidades humanas mais homogêneas na sua constituição cultural do que em meio social onde privilegie a diversidade.
Obviamente que não se faz surgir como regra, como resultado da transição do nomadismo para o sedentarismo, da tribo para nação e da diversidade para unidade, de que todas as sociedades abandonem o politeísmo ou mesmo henoteísmo em favor do monoteísmo tal como fosse este um estágio imperativo e necessário na evolução da História Humana. Exemplos há onde até hoje o politeísmo ou henoteísmo persistem intactos como forma de credo e culto, tal como na Índia com o hinduismo ou o Japão com o xintoísmo.
Por sua vez, os egípcios no passado é que em seus cultos religiosos chegaram o mais próximo da situação ideal de professarem uma crença politeísta pura, já que igual destaque era dado a todas as divindades. Neste sentido, vale aqui destacar que o politeísmo egípcio foi resultado da incorporação do culto de várias divindades cultuadas pelas diversas tribos assentadas ao longo do Rio Nilo, significa dizer de outra forma que havia por detrás da devoção oficializada pelos Faraós uma tentativa destes firmarem sua autoridade bem como de inculcarem uma mensagem de inequívoco sentido político em prol da construção de uma identidade nacional que subjugasse de vez as afinidades de cada um do povo com sua tribo em detrimento da lealdade com o Império Egípcio.
Nesta perspectiva, encaro o politeísmo como resultado em grande parte das conquistas de uma tribo sobre a outra, isto é, cada vez que uma tribo era vencida tinha a propensão de incorporar as divindades de seus conquistadores e ao mesmo tempo estes também adotavam em seus cultos os deuses dos vencidos.
Agora este processo de ´´sincretismo´´ se dava em razão principalmente da convicção de que os deuses dos vencedores tendo poder o suficiente para dar a eles a vitória não deveriam ser contrariados e ao mesmo tempo não figurava também como medida sensata deixar de lado os deuses antes cultuados já que mesmo ´´fracos´´ eram indubitavelmente mais poderosos que qualquer reles mortal.
Do mesmo modo pelo lado dos vencedores havia o temor dos deuses locais partirem para vingança tanto quanto viam estas divindades como melhores conhecedores das riquezas ocultas daquela terra conquistada do que os seus próprios que como eles eram ´´estrangeiros´´ no local.
Superstições à parte o fato é que esse ´´politeísmo pragmático´´ acabava contribuindo a longo prazo para arrefecer as rivalidades e criar um clima de paz e concórdia que dificilmente seria possível caso no lugar fosse simplesmente ignorado as crenças do povo conquistado ou pior exigido que estes aceitassem o culto religioso trazido por uma outra tribo que vinha ali para conquista-los.
Aliás, mesmo a prática do henoteísmo pode ser explicado no contexto de resquício persistente da cultura local que sobreviveu apesar dos contatos com outros Povos em suas crenças e cultos, ou seja, consideravam os demais deuses ´´estrangeiros´´ só que permaneciam dando primazia as divindades locais que a rigor contribuíam para construção e manutenção de sua identidade cultural como tribo.
Por sua vez, o monoteísmo cresce em direta razão da expansão demográfica de uma dada população que faz o culto de seu deus tribal atingir proporções tais que termina ganhando primazia no meio social, isto é, um povo na origem henoteísta ganha poder sobre os demais e rompe os laços de convivência com as divindades que estes dedicam atenção. A partir daí é exigido o culto a um deus único, ignorando por completo a existência de outros deuses e mesmo em extremo gerando obstáculos para celebra-los ritualisticamente.
Entre pressupostos necessários para uma cultura atingir o monoteísmo, nas condições que narramos, vemos que é algo mais propenso de ocorrer em sociedades sedentárias do que nômades bem como surge a reboque da superação da noção de tribo em favor da construção da idéia de nação tanto quanto surge em comunidades humanas mais homogêneas na sua constituição cultural do que em meio social onde privilegie a diversidade.
Obviamente que não se faz surgir como regra, como resultado da transição do nomadismo para o sedentarismo, da tribo para nação e da diversidade para unidade, de que todas as sociedades abandonem o politeísmo ou mesmo henoteísmo em favor do monoteísmo tal como fosse este um estágio imperativo e necessário na evolução da História Humana. Exemplos há onde até hoje o politeísmo ou henoteísmo persistem intactos como forma de credo e culto, tal como na Índia com o hinduismo ou o Japão com o xintoísmo.
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